segunda-feira, 19 de julho de 2010

Ciclo Vicioso

Jogado às traças, preso na esperança de um dia ver o sol nascer com seu formato familiar. Mas jamais poderei, pelo seu ato tão peculiar.

Preso no pesar de um dia poder voar. Porém cortaram minhas asas, não posso sonhar.

Tentando levar meu canto através das grades. Não conseguindo me escondi, em sílabas e frases.

Trincado a gaiola que me cerca. Tanta certeza chegou a ser incerta.

Tento levar a solidão como opção. Não consigo ver razão.

Palavras enfeitam esta folha. Na esperança de romper a barreira que se fora.

Livre, tentei ser. Porém, meu predador pareceu me querer.

- “pareceu” – digo mais uma vez. Pois nada justifica o que você fez.

Sei que pouco me queres. Mas ao menos penso eu, o quanto me feres.

Um dia serei livre. Sem ter de ser preso ao seu timbre.

Um dia voarei. Para o horizonte de incertezas, seguirei.

O dia chegara. Sinto que o vento me prepara.

O vento que me levará ao meu destino. Destino?

Destino que me aguarda. Destino que nem a “paz armada” poderá interferir.

Dias se passaram. Pessoas novas chegaram.

Então, sinto algo como antes. O ar se tornando massacrante.

Lágrimas se formam. Certezas se transformam.

Uma grande tristeza invade minha garganta. Um frio que não se dissipava nem com a minha mais grossa manta.

Minhas mãos começam a tremer. Então perco a vontade do meu verdadeiro querer.

Mal posso suportar. Simples e complexo fato de poder estar.

A dor que sentira uma vez. Dor de estar apaixonado outra vez!

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